Durante todo esse ano o Conselho Tutelar teve como uma de suas prioridades o combate a evasão escolar. Mas, esse tema é complexo e precisa ser observado a partir de algumas questões. Evasão escolar significa o abandono da escola por parte dos alunos matriculados, mas, além desta temos também o elevado número de faltas injustificadas por parte dos estudantes, o que pode levar, à longo prazo, à evasão escolar.
Não podemos fugir ou esconder que este problema exista em nossa cidade, pois dados do Conselho Tutelar mostram que o 3º maior direito violado contra as crianças e adolescentes é a evasão escolar. Em pesquisa realizada em três escolas entre os dias 23 e 27 de agosto, foi visto que existe uma evasão ou falta injustificada de 44% ao longo da semana e 53% nas sextas-feiras do total dos alunos matriculados.
Dentre as causas da evasão escolar podemos destacar: a falta de merenda de qualidade, pois para muitos estudantes essa é a refeição principal de seu dia-a-dia; escolas com aspectos abandonados, faltando um espaço que gere vontade nos alunos de freqüentar a escola; salário baixo, condições precárias e falta de estímulos dos professores devido à forma como são tratados por parte da gestão educacional; falta de uma política pedagógica voltada para o problema da evasão; falta de transporte escolar de qualidade; falta de acompanhamento dos pais e responsáveis na vida escolar dos filhos;
Para tentar resolver o problema, várias reuniões foram realizadas com o Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder Judiciário, Secretaria de Educação, diretores e professores onde foram debatidas as causas e as possíveis soluções para combater o problema.
Porém, percebemos que o poder público municipal não demonstra interesse em diminuir esse problema, pois como foi denunciado pelos professores, a Secretaria de Educação ao invés de fazer uma ação para que os alunos voltem para escola fez junção de turmas onde era evidente a evasão escolar alegando que seria para conter gastos. Isso faz com que os alunos continuem fora da escola, gerando assim os mais diversos problemas como o uso de drogas e a prostituição infantil.
Gilson Julião, conselheiro tutelar
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