quinta-feira, 13 de maio de 2010

Congresso eucarístico // Cardeal garante combate à pedofilia

Brasília - A Igreja Católica está sendo a instituição mundial que mais abertamente e com maior rigor está combatendo a pedofilia, disse ontem o cardeal dom Cláudio Hummes, após se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Dom Cláudio é enviado especial do Papa Bento XVI para o 16º Congresso Eucarístico Nacional, que começa hoje na cidade.

"A pedofilia é um problema grave, gravíssimo, intolerável", enfatizou dom Cláudio. "Ao meu ver, a Igreja está sendo aquela instituição no mundo que mais abertamente e com maior rigor está combatendo esse crime, esses delitos que são inaceitáveis". Dom Cláudio mostrou-se favorável à cartilha sobre pedofilia, que será elaborada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de guiar o episcopado a combater os casos. "Isso é positivo, porque ajudaria todos os bispos a ter um procedimento idêntico para todos aqui no Brasil, como normalmente já vem sendo feito em outros países."

O cardeal ainda conversou com Lula sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. "Haverá uma revisão desse tópico aborto, como também da questão dos símbolos religiosos, haverá uma revisão do texto, certamente", disse Dom Cláudio. O decreto que instituiu o programa previa o desenvolvimento de mecanismos para "impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União".

Piauí - O bispo da diocese de Parnaíba (PI), dom Alfredo Schaffler, disse que vai abrir processo canônico contra o padre Domingos José Rodrigues Cavaleiro (PMDB), prefeito de Domingos Mourão, no Piauí, preso na terça-feira por crime de pedofilia. Cavaleiro, suspenso de ordens há seis anos, quando entrou na política, poderá perder o estado clerical. "Se a prática de abusos sexuais contra menores for confirmada, padre Domingos Cavaleiro será reduzido ao estado leigo e proibido de exercer qualquer função sacerdotal", disse dom Alfredo. A suspensão poderia ser revogada se o padre abandonasse a política.

Dom Alfredo disse que não sabia da acusação de crime de pedofilia contra o padre prefeito. "Tomei conhecimento pela internet e agora estou lendo a notícia no jornal O Estado de S. Paulo. Vou recortar a reportagem para juntar ao dossiê de documentos do processo canônico", afirmou.

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